14.5.12

automotivação #5


(ou como aprender a viver com o que se é)



"Hoje apenas queria dizer duas coisas. Em primeiro lugar, a ironia:
Não se deixe dominar por ela, e muito em especial nos momentos de não-criação, de falta de inspiração. Nos momentos de criação, procure servir-se dela como de mais um meio de compreender e abarcar a vida. Utilizada de forma pura, também a ironia o será, e não temos de nos sentir envergonhados por isso; e caso se sinta com demasiada inclinação para ela, tema essa crescente confiança; vire-se então para assuntos grandes e graves, perante os quais a ironia parece pequena e desamparada. Procure a essência das coisas: ela nunca desce tão fundo, e quando estiver assim, no limiar do que é grandioso, verifique se essa forma de compreensão resulta de uma necessidade do seu próprio ser. Pois é sob a influência de coisas graves que a ironia ou se irá desprender de si (se for algo ocasional) ou então (caso seja mesmo inseparável de si) adquirirá força para se tornar num instrumento sério e vai assumir o seu lugar no conjunto de meios com os quais vai ter de construir a sua arte."


R. M. Rilke

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